Quantas vezes você que ama, pratica ou só curte mesmo o Jiu-jitsu desportivo se emocionou ao ponto máximo, de ter que segurar as lágrimas ?
Quando lembro dessas emoções, lembro em especial algumas passagens na minha vida de amante e competidor da Arte Suave, ver Zé Mário devolver a derrota para Roleta no mesmo dia no absoluto de 98, vencer em Belém do Pará o quarto campeonato consecutivo após passar o último minuto preso a um justo triângulo aplicado por um talentoso aluno do Fredson Alves, ver Fabiano Capoani raspar Rico Rodriguez quando o Rico pesava 140 kilos, a raça de Bento Ribeiro vencendo e sendo garfado pela arbitragem, Arona versus Cachorrinho na roxa, Rõmulo Couto sagrandose campeão brasileiro na azul e toda a galera do Maranhão medalhando no Brasileiro de Jiu-jitsu, Murilo Bustamante raspando Tatá ...e por ai vai ...
Achei que aos 44 anos nunca mais sentiria novamente aquela sensação, aquela emoção tão forte num campeonato de Jiu-jitsu, como foi bom estar enganado !!!
Raphael Abi-Rihan quando entrou pela primeira vez no tatame no domingo para disputar a categoria, trazia consigo uma energia inexplicavél e que a minha limitação em escrever jamais me permitiria contar aqui pra vocês o que eu senti ao velo lutar, trazia com ele toda uma filosofia pregada por ele, que eu sei e conheço bem.
Raphael transpirava uma coisa incrivél, quando era chamado o seu nome seguido da "Academia Carlson Gracie" parecia trazer com ele aquela coisa típica da maior equipe de Jiu-jitsu e MMA que ja existiu em todos os tempos, algo inexplicavél somado com um olhar fixo, incapaz de sentir medo, aflição, típica dos heróis biblicos ou mesmo dos em quadrinhos, uma certeza de que nada naquele dia o pararia e a cada vitória incontestável Raphael ia amontoando pessoas amigas, alunos e fãs na sua torcida em rumo ao lugar mais alto do pódio, mas teria um último obstáculo, o jovem, forte, talentoso e campeão do AbuDhabi Pro peso e absoluto, colecionador de títulos da melhor academia de Jiu-jitsu do Mundo, Tarsis Humphreys !
Uma repórter importante do mundo das Artes Marciais procurava informação sobre Raphael e eu falei: "Se liga, ele passou um ano e meio parado, voltou a pequenos eventos aqui no Rio vencendo e defende a Carlson Gracie, to achando que hoje ele vai fazer história, se liga!"
Quando Raphael entrou para a disputa da medalha de ouro a familia Abi-Rihan cresceu, amigos da arbitragem, amigos do Jiu-jitsu antigo, professores da antiga Carlson, crianças, jovens, garotas, mulheres maduras e todos os lutadores que lutam os eventos que Raphael costuma arbitrar como os da CBJJDRio, se juntaram numa corrente que fez pela primeira vez a grande torcida da Aliance parecer pequena, e numa atmosfera única Raphael entrou em queda, Tarsis se posicionou nas costas, Raphael engatou uma forte chave de braço( lembra aquela do Sakuraba ?) e num movimento forte e rápido inverteu a posição caindo num justo armlock levando ao delírio e as lágrimas uma torcida inteira no Tijuca Tênis que parecia ja ter visto de tudo, mas Abi-Rihan reescreveu mais uma vez a história do Jiu-jitsu brasileiro, órfão de patrocinio, dirigentes, mais não de heróis !!!
Olivar Leite.
5 comentários:
Raphael Abi-Rihan é uma lenda, o melhor do mundo pra mim.
Belo Texto ! tive a honra de dar um bom treino com o Raphael lá no Carlson ,parabéns para ele e pra vc
Mando benzao abi-rihan!
ÔÔÔÔÔ ABI-RIHAN PEGOOUUUUU !
Parabens meu amigo , irmao e mestre ,me orgulho muito de fazer parte dessa familia Abi - Rihan !!! Ossss
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