Passada as Olímpiadas, quando o fóco já saiu da grande mídia do Judô e focado nele apenas aqueles que realmente vivem e convivem com o Judô, trago para vocês a opinião de dois faixas pretas muito conceituados sobre a participação do Brasil na últimas Olímpiadas, Máuri de Carvalho e Márcio Pimentel que despensam maiores apresentações, confiram ai, leiam e reflitam.
Nos dias 29, 30 e 31 de agosto na cidade de Santa Maria de Jetiba / ES, realizamos o VI Kangeiko / UFES com a presença de sessenta judocas. As atividades foram coordenadas pelo Sensei Miguel Suganuma (São Paulo) e pelos professores Máuri de Carvalho, José Adelino, Heloísio Ferreira e Marcelo Vicentini. Ali tivemos a oportunidade de falar, ainda que pouco, sobre o judô nas Olimpíadas na China.Chegamos a conclusão (1) que houve ali uma demonstração de anti-judô (salvas as apresentações de Leandro Guilheiro e Eduardo Santos), parece que o judô rico em técnicas de projeção, empobrecido, ficou a mercê do morote-gari ou catada de perna como técnica preferencial dos campeões; o que diria Jigoro Kano Sama?(2) o incentivo ao judô (esportes) de base via verbas federais, ainda não é realidade, e enquanto os esportes forem usados como plataforma demagógica e eleitoreira, pobre dos esportes, pobre do judô!; (3) é necessário, imprescindível, uma mexida radical na organização da Confederação Brasileira de Judô, pois poder absoluto gera corrupção absoluta dos valores e dos costumes; (4) os atletas precisam organizar-se para, solidários, impedir que situações como a do Eduardo Santos se repita (falta de dinheiro para exame de faixa = R$ 1.500,00).Penso que o resultado 15 medalhas por 680 milhões de reais é um reflexo da realidade brasileira onde o governo gastou 0.10% do Orçamento Geral da União (2007) com o desporto e o lazer. Com educação 2,58%, com agriucultura apenas 1,02%, com direitos da cidadania uns mirrados 0,08%. Sendo que com juros e amortizações da dívida pública gastou 53,21%.
Preciso dizer mais alguma coisa?
Um abração a todos, acreditando que um dia, neste país, a preocupação primeira será com a formação de cidadãos e cidadãs, de onde sairão naturalmente os virtuosos nos esportes, na múisica, na literatura etc.. Enfim, por um país livre e soberano.
Máuri de Carvalho - indignado
De pé ou morto, de joelhos jamais.
Acho que quantativamente foi um bom resultado, pois foram 3 medalhas. Porém criamos uma expectativa de um melhor em função do mundial, onde tivemos 3 campeões e um terceiro colocado, sendo assim acho que qualitativamente não foi um resultado bom. O que não podemos é achar que foi e ver o coordenador técnico falar que na hora de decidir os atletas não tiveram cabeça boa. A CBJ dispôem de uma equipe com coordenador técnico, técnico para equipe masculina e feminina, preparador físico, médico, fisioterapeuta, nutricionista e psicólogo, mas para ir a Pequim não levaram nem fisioterapeuta nem psicólogo, e se ele admite que o lado psicológico foi mal, errou no planejamento, visto que em Pequim estavam presentes, presidente da CBJ, Vice-Presidente, e os demais integrantes da comisão técnica, logo porque não sacar um e levar o psicólogo que seria mais útil, só que alguns foram somente para dizer que esteve na equipe Olímpica em Pequim.
Vale resaltar que é uma grande equipe, com talento de sobra, a equipe reserva também é ótima, o Brasil continuará bem representado no Judô em todas as classes de idade, porém acho que todo resultado alcançado pelo Judô não foi por trabalho da CBJ e sim dos clubes, atleta e pais, que se desdobram para mante-los em alto nível.
Abs Pimentel
segunda-feira, outubro 13, 2008
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