terça-feira, julho 24, 2007

"...SOU BRASILEIRO,COM MUITO ORGULHO..." QUE VERGONHA !!!


Sábado passado,acompanhado dos amigos Felipe,Ibsen e Raquel,fui enfim assistir ao Pan, e melhor, ao Judô, arte marcial que desde os quatro anos de idade convivo, desde que meu tio Paulo Leite o levou para o Maranhão. A arena montada estava impecavél,tudo bonito,muito bem organizado,como dizem por ai "de primeiro mundo".Ja havia um tempo que eu não saía para me divertir, ter um lazer e por um instante eu parei,olhei tudo aquilo ali,e saber que no mesmo Ginásio estava um primo e um tio apaixonados pelo esporte, tudo estava muito legal, muito manero.
Tudo ia bem com uma sensação de que podemos fazer e realizar muito pelo esporte e pela sociedade através dele(deixemos de lado alguns "detalhes" do Pan) até que o nosso representante Leandro Aguilheiro entrou para disputar a semi final contra o atleta do E.U.A.,Leandro, assim como seu oponente tinham Judô de nivel para alcançarem a medalha de ouro, a luta parelha e bem disputada em seu desenrolar natural calhou de que em uma queda legítima, o atleta do E.U.A. aplicasse um ipon legítimo em Leandro que ao bater com as costas no chão,virou-se imediatamente de bruço; ipon legítimo ao meu ver e reafirmado após rever em todos os boletins e telejornais da noite.
A partir dali, aquela torcida que predominava o amarelo , gritava e cantava em incentivos aos nossos atletas, numa atitude inexplicavél e vergonhosa, voltou-se contra o atleta do E.U.A. e começou a , numa atitude coletiva grotesca, xingar e vaiar o atleta que nada tinha haver com a decisão da arbitragem, palavrões, gestos obcenos para o atleta e uma porção de outras selvagerias para um atleta que veio competir e prestigiar um evento que nós estamos organizando, que cartão de visita...uma festa que nós estamos fazendo que não tem sentido se não houver a presença dos ilustres convidados, os atletas.
O que chocou a mim e aos meus amigos foi que ao retornar aos tatames para lutar a final a qual venceu com um lindo ipon, o atleta americano chegou a gesticular como quem sem nada entender diz: "o que é que eu fiz?"
Essa platéia que agiu dessa forma, em especial o setor que eu estava, era composta por vários judócas e por pessoas com digamos, um certo esclarecimento e aquela cena linda de todo o ginásio gritando "Fláaaaaaaaaaviooooooooooooo" quando Canto se machucou e quando venciamos alguma luta entoava " sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor" me fez ter uma sensação horrivél, aquela de "me enterrar" na cadeira, como ja faziam meus amigos e dizer: "que vergonha!"

Olivar Leite.
Nota: saimos antes da premiação, torcendo que não hostilizassem mais o atleta.

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