1 QUANDO COMEÇOU ESSE RELACIONAMENTO COM AS ARTES MARCIAIS?
Meu Ralacionamento com artes marciais começou aos 14 anos, época em que comecei a treinar Jiu-Jitsu, ainda em 1984.
2 VOCÊ FOI COMPETIDOR DE JIUJITSU, CITE 1 OU MAIS MOMENTO(S) MARCANTES DESSA FASE?
Normalmente lembrariam das vitórias mas como aprendemos mais nas derrotas, lembro muito mais delas, sem deixar de dar valor às vitórias. Momento marcante acho que foi o primeiro campeonato mundial de Jiu-Jitsu, onde lutei com um quimono azul pela primeira vez numa competição de Jiu-Jitsu. Tinha um contrato de patrocinio com 2 grandes empresas e com o objetivo de fazer a minha propaganda acabei indo com um quimono tingido especialmente para o evento. Num primeiro instante fui impedido de lutar mas o Carlinhos Gracie acabou concordando e parou o campeonato para explicar o motivo pelo qual eu estaria lutando com um quimono totalmente diferente. Pra mim, foi a melhor propaganda do mundo pois todas as atenções se voltaram pra mim e emu quimono. A propaganda e o retorno do patrocinador já estavam feitos!
Digno de nota também foi ter lutado este campeonato após uma questão pessoal dificil. Meu Pai faleceu 3 dias antes da competição e fui pra pesagem um dia antes do evento com uma bela dose de tranquilizantes pois não dormira desde o fato. Foi realmente uma competição inesquecível.
3 VOCÊ É FAIXA PRETA DE QUEM ?
Comecei treinando no Carlson e quando um de seus faixas-pretas, (talvez o melhor professor que a academia já teve), o Bolão, foi montar sua escola, eu o segui e fiquei com ele até a sua união com o Murilo Bustamante. Peguei minha faixa-preta em 1996 das mãos dos 2 professores, Bolão e Murilo.
4 QUANDO O LUTADOR CEDEU ESPAÇO PARA O EMPRESÁRIO?
Parei de competir em 1997 e passei a dar aulas de Jiu-Jitsu. Tinha trabalhado também no marketing da Red Nose, após ter sido o primeiro patrocinado da empresa, e era responsável por contratar os atletas e aí começou minha vida de bastidores e negociações. Fui morar nos Emirados Árabes Unidos um ano em 1999 dando aulas para o Abu Dhabi Combat Club e os filhos do Sheikh Tahnoon e do Sheikh Mohamed, seu irmão mais velho.
Quando voltei ao Brasil surgiram oportunidades para alguns companheiros de treino e me voluntariei em ajudá-los como o Carlão, o Murilo e o próprio Zé Mário na época, pois eu já tinha contratado alguns deles para a Red Nose, como o Zé Mário e o Pedro Rizzo.
No começo de 2000, de volta ao Brasil, comecei a empresariar o Murilo Bustamante e tivemos uma parceria maravilhosa e um trabalho muito bom que resultou na sua consagração como campeão do UFC.
5 COMO MANAGER, QUE MOMENTO MAIS TE MARCOU?
Não dá pra dizer um só... Tem muita história boa!
Sem dúvida um deles foi ter conseguido a luta do Murilo pelo título do UFC contra o Dave Menne após sua derrota contestada para o Chuck Lidell. Dana White entrou no vestiário me pedindo desculpas pelo resultado e querendo ali mesmo acertar a revanche. Na pesagem, um dia antes, eu vi que o Murilo estava na categoria errada pois ele pesava os 93 da categoria e o Chuck e o Tito,(campeão na época) desciam de 102, 103 kilos.. Aí eu disse que gostaria que o Murilo enfrentasse o Dave Menne, que acabara de ganhar na mesma noite o cinturão da categoria até 84kg contra o Gil Castillo. Depois de um mês de negociação (e de convencer o Murilo de que não precisaria cortar uma perna pra lutar naquela categoria), a luta foi acertada e ver o Murilo campeão do UFC foi realmente um grande momento.
Outro momento marcante foi ter sido o empresário do Ricardo Libório em sua estréia no MMA no Deep 2000 contra o Minowa.
A estréia do Rogério Minotouro nos Estados Unidos também foi agenciada por mim, quando ele lutou o Hook´nShoot.
Tem muita coisa legal nesses 7 anos.
6 COMO SURGIU A B-TOUGH?
A B-TOUGH foi criada pelo meu sócio, Maurício Costa há 2 anos, quando da saída dele da revista Tatame e teve suas atividades desenvolvidas por ele até o fim do ano passado, quando ele se focou um pouco mais no projeto do Jornal do Vale Tudo. Tivemos uma experiência de trabalho conjunto na realização do Superchallenge em São Paulo e dali surgiu uma afinidade grande que resultou na nossa parceria atual,com o convite do Mauricio para que eu assumisse as operações da empresa no começo desse ano.
7 QUE FUNÇÃO VOCÊ EXERCE E QUAL A PROPOSTA DA B-TOUGH ?
Fico responsável pela operações da empresa. Tudo é bastante conversado e não há uma decisão unilateral sequer. Somos bastante afinados e temos um propósito comum de estabelecimento do esporte de uma forma mais profissional, que é pioneira no mercado.
A proposta da B-TOUGH é de desenvolver negócios na indústria do MMA. Sejam quais forem os negócios. Hoje atuamos em diversas frentes, desde o empresariamento de atletas, assessoria de comunicação para eventos, passando pela consultoria para a execução de eventos, chegando à realização de eventos e outras idéias que estamos implementando e que em breve vocês terão notícias. Mas o importante é que onde há um negócio desenvolvido para o mundo da luta, seja em qualquer segmento, a B-TOUGH é referência para consultoria e com soluções para cada adequação.
8 QUEM SÃO SEUS "TOP DE LINHAS"?
Na parte de empresariamento gosto de dizer que todos são tops de linha por uma questão simples. Tenho a tranquilidade de trabalhar os atletas da B-TOUGH de forma profissional pois todos os nossos representados tem contrato de exclusividade, o que nos dá uma excelente condição de trabalhá-los de forma correta junto aos eventos nacionais e internacionais, estando na minha opinião, aqueles que trabalham sem exclusividade, na contramão do mercado. A prova disso é que todos os atletas da B-TOUGH já lutaram pelo menos uma vez esse ano e tem gente indo pra quarta luta. O que não falta é oportunidade pra quem trabalha seriamente como nós. Para conhecer melhor nossos top de linha, convido todos a visitarem nosso website: www.b-tough.com
9 COMO VOCÊ VÊ O MERCADO DO MMA HOJE DENTRO DO BRASIL?
Hoje o mercado está consolidado. Não com o tamanho proporcional ao número de estrelas que temos e à qualidade do material humano que exportamos, mas certamente estamos muito na frente de onde estávamos há 2 anos atrás. Hoje o mercado está se fortalecendo e em breve teremos notícias nesse segmento de eventos também. A corrida e a vontade do sonho internacional a qualquer custo mudou um pouco na cabeça de muitos lutadores. Na ponta do lápis vale mais ganhar 4 mil reais aqui do que mil dólares lá fora. Construir uma carreira é o primeiro passo pra quem deseja vôos mais altos, mas pra isso não há outra via que não passe pelos eventos nacionais e isso mostra onde estamos hoje em termos de mercado.
10 DEIXE UMA MENSAGEM E FAÇA SEUS AGRADECIMENTOS .
Gostaria de dizer a todos os amantes de luta que o mercado nacional não está proximo do sonho dourado americano mas está próximo do sonho possível pra nossa realidade. Gostaria de agradecer a força de todos que estão no meu lado no dia-a-dia fazendo com que o trabalho possa ser realizado de forma plena, chegaremos lá com certeza!. Um agradecimento especial a um grande amigo de todas as horas, Paulo Vasconcellos e ao meus filhos Tomaz e Miguel.
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