1.986 de férias no Rio junto com meu grande amigo e irmão Edmundo, tricolor doente, assim como eu, acompanhados de nosso grande irmão Paulo”Púncio”, flamenguista rôxo e de nosso anfItrião na época, César Pires, outro tricolor, fomos ao Maracanã assistir o Fluminense liquidar o Vasco por um placar de três gols a zero !!!
Dessa época pra cá sempre que pude estava de visita ao Rio, malhando ferro, lutando , treinando Jiu-jitsu ou envolvido em compras de cães e exposisões caninas, mas não sei explicar muito bem porque, nunca mais voltara ao Maracanã, mesmo sendo apaixonado por futebol e pelo Fluminense, com um carinho especial pelo Internacional(história essa já contada aqui), ir ao Maracanã era um programa que sempre dava errado...
Mas o que não se faz por filhos, amigos e mulher bonita ?
Eu queria ir ao Maracanã, mas na boa, queria ir é obvio num jogo do Fluminense.
Amigos meu de empresa vizinha/irmã a minha já haviam me convidado, leia-se Rafael, André, Rodrigo, Givanilson, Gérson, enfim, estava cercado de cariocas viciados por futebol e logo eu teria a oportunidade de ir ao Maracanã de novo, mas havia um agravante, todos eram Flamenguista...ai pensei, tenho um chefe que é meu amigo pessoal, então podria “colar” com ele e ir um dia ao Maracanã com ele; esse amigo além de ser Flamenguista, faz o site do Flamengo !!! Ai é demais !!! Não, eu não iria ao Maracanã no jogo do Flamengo, não iria.
Quando Milton Nascimento cantou: “Maria, Maria , é um dom, é uma força , um suor, uma dose mais forte, lenta ...” ele cantou uma Maria bem parecida com a que eu conheço, só que essa além de todos os predicados da canção, tem um rosto lindo, é muito inteligente, e dona de um carisma... muito gente fina. Ela sim me convidou para ir ao Maracanã, “a gente vai, nem que seja só a gente, te garanto, a gente vai!” Com Maria eu ia ao Maracanã, tava decido, afinal Maria...putz, Maria é flamenguista; eu vou ao Maracanã!!!!!!!!!!! Sai cedo do escritório, peguei Maria no trabalho e fomos nos juntando aos amigos que iam somando o bonde rumo ao Maracanã, todos, inclusive os meus marcavam o mesmo lugar: “Em frente ao Belini”, caramba, o Mundo ia se encontrar em frente ao Belini...iniciamos a entrada rumo aos portões com Gabriel de 11 anos, Caio de nove, Léo, casca grossa das antigas da Luta Livre, mais umas 3 loirinhas gatas que não marquei o nome e Marcelo, que tirou as fotos, junto com a gente uma massa de rubro negros cantando musicas que zoavam o Vasco, entre outros cantos, um empurra, empurra dos infernos, calor de matar, um cavalo em cima de outro empurrando a torcida contra a entrada e o portão, eu e Léo tentando proteger os pequenos Gabriel e Caio, de mão dada com Maria para não arastarem ela, Caio é passado para o ombro de Léo, o cavalo (agora o animal) da outra investida, enquanto pessoas ao redor gritam: “ tem criança aqui!”, eu que reclamara que não tinha malhado no dia, suava em bicas como se tivesse acabado de treinar um Submission, terror e pânico, Caio deu uma desesperada e apelou para o cavalo que estava em cima do outro: “ Tem criança aqui “seu” guarda”, nisso numa espécie de desculpa, Maria falou baixinho no meu ouvido:
Pula a cena , estamos em frente a uma galera de gringos todos sentadinhos, comportados, fomos nos abancando e já de pé “explicamos” a eles em nossa atitude que ali “papai” só de pé! A Jovem Fla, torcida do Flamengo canta só pararando para vaiar a entrada do Corinthians, e nós já estavamos a dez metros dela, já tinhamos mudado de lugar, é que com criança e mulher, sabe como é que é, tem que procurar um lugar pra se acomodar melhor (tinha que ser do lado da Jovem Fla ?). O Maracanã explode, é o Flamengo entrando, canta Maria, o desdentado da fileira da frente, a loira gostosa na fileira de trás, Caio na cadeira de cima, Gabrielzinho grita , um “furdunço”. Rola o jogo, Flamengo muito melhor, a cada gol perdido eu reaprendo todos os palavrões que eu já nem me lembrava que existiam, uma verdadeira aula. O time do Corinthians que ao meu ver é fraco, sem criatividade e que adora um chutão, beneficiado por uma falta não marcada no ataque do Flamengo, arma um contra ataque e faz um gol, eu pensei: “agora o Maracanã se cala... “, quando a pequena torcida do Corinthians começava a comemorar, um Maracanã lotado enconbriu com um canto de “Vamos virar Mengão” ai bixão, na boa, eu levei fé na parada. Léo que hora tomava conta do filho e do sobrinho nas cadeiras e hora vinha do nosso lado comentar o jogo, subiu e desceu de nervoso umas cem vezes a escada da arquibancada e quando o fim do primeiro tempo esperava apenas o apito do juiz, o Flamengo empatou ! Bizarro !
Maracanã abaixo ! Tudo bem Marcelo me abraçar, Maria me abraçar, mas po o cara bêbado do lado que eu nunca vi, com uma camisa do Flamengo, suado, fedido, é papai, quem mandou, era manter o sorriso amarelo e ter que escutar” é nois!” a cada cinco minutos caompanhado de cuspi, caraca!
Pro segundo tempo o Flamengo vem mudado, com Obina (ô doença) e Roger (cria do Fluminense), eu falei, cara Roger, contra o Corinthians, corre o risco dele “fazer”.
Encurtando, jogada bonita, depois do goleiro do Corinthians mostrar que ele é um monstro, Roger da uma porrada e faz um golaço!!!
Lembra de quando comecei a contar a história que Maria falou no meu ouvido, quando pedi para pular a cena, na entrada , no portão?
De volta a cena
Maria falou: “não fica brabo não, vai valer a pena, vai ser 2 a 1 para o meu Mengão”
Ela parecia criança pulando, gesticulando o número dois, Gabriel já tava do meu lado, Caio já acompanhado do pai enloquecia, e o bêbado do meu lado chorava copiosamente.
Em meio a esse vendaval de emoções e loucuras o Maracanã começou a cantar uma música que eu sou obrigado a ouvir quase todo dia da boca do meu amigo Rodrigo :
“Tu és time de tradição, raça, amor e paixão ohh meu Mengo!!! Eu sempre te amarei, onde estiver estarei, oh meu Mengo.”
Na descida da rampa do Maracanã, Gabriel o filho do Léo correu em minha direção e com a verdade que só as crianças tem me perguntou: ‘E ai Olivar, você vai virar Flamengo ?” Eu sorri, abracei ele e disse: “Não Gabrielzinho sou Tricolor, só aprendi hoje melhor a entender a loucura de vocês !”
E juntos descemos a rampa do Maracnã, eu respirei e sorri de novo pensando: Maraca, to de volta! Cheguei perto de Maria e falei: “Você está me devendo um jogo do Fluminense” , ela me respondeu “ “Ta certo, quando tiver Fla x Flu a gente vem!”
Putz, esses Flamenguistas !!!
Olivar Leite.
2 comentários:
Olivar,
adorei seus comentários! Te falei que iria ser um espetaculo! Maracanã lotado, a torcida querendo recorde de publico com sede de goleada! E eu que ainda ganhei uma caixa de cerveja por acertar o placar... isso acompanhada de uma galera boa, deixa tudo perfeito!
Proximo flaXflu tamu juntos mas só teremos um problema de onde assistiremos o jogo... nego vai matar a gente na branca...hahahahaha!
Bjo grande!
nenseeee!
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