sexta-feira, março 14, 2008

RAPHAEL ABI-RIHAN: HIP HOP E JIU-JITSU!!!






HH x JJ uma nova utopia.

Miscigenação entre o hip-hop e Jiu-Jitsu pode ser uma boa saída para quem respira cultura.

A integração entre o rap e o jiu-jitsu, dois meios estigmatizados como playboy de um lado e marginal do outro, provaram que ambas as atividades estão envolvidas com saúde e integração social.
Prova disso foi o Intercambio Local de Jiu-Jitsu, no inicio de março, no qual o organizador faixa preta Raphael Abi-Rihan levou para sua academia no clube Monte Líbano a Liga dos Mc´s.

Os Toca discos como base para o acontecimento estavam misturados aos diversos atletas da sua academia e os alunos da Carlson Gracie e muitos outros curiosos.
A
diversão estava garantida nos momentos em que o Dj soltava a base e os Mc´s apresentavam os lutadores, nas lutas casadas a improvisação dos mc´s eram mais longas e acrescentavam as apresentações dos profissionais.
Em
entrevista o faixa preta explica um pouco mais que aconteceu neste dia e como anda a interação entre os pólos musicais e marciais.

Qual foi o objetivo principal do intercambio Local de Jiu-Jitsu?

Estimular o espírito competitivo e a integração social entre meus alunos (de todas as faixas, idades e classes sociais) e os alunos da Carlson Gracie, equipe a qual eu sou filiado e devo a minha formação de faixa preta. Isso tudo uniu a cultura do esporte com a cultura hip-hop, a qual eu também sou apaixonado e percebo que sofre os mesmos preconceitos que nós lutadores e praticantes da "arte suave", junto a isso aproveitei que acabei de trocar o meu Dojô (área de luta) e com a ajuda da LOCAL organizamos uma bela reinauguração. Oferecemos também um café da manhã de dar inveja a qualquer hotel cinco estrelas (risos).

O porquê da interação com outras academias e quais participara?

Como falei anteriormente, sou filiado a Carlson Gracie, e estamos sempre competindo juntos, porém muitas vezes os atletas da mesma equipe não se conhecem, pelo fato de termos muitas filiais. Com um intercâmbio dentro da academia, podemos avaliar toda a nossa equipe, qualificando os mais preparados para as competições e nivelando os não competidores para graduações posteriores, ou seja, estimulando também os alunos que não são atletas a vivenciar uma adrenalina diferente e amadurecer como homens e lutadores.

As culturas se misturaram neste evento, como é visto o Hip-Hop junto ao Jiu-jitsu?

O Rap tem tudo a ver com o jiu-jitsu. Ambos são estigmatizados, e muitas vezes têm suas imagens deturpadas pela mídia. No nosso evento tentamos mostrar que essas duas culturas são excelentes ferramentas para inclusão social e promoção de saúde. No evento, eu tinha alunos médicos, advogados, jornalistas, estudantes, universitários, moradores de comunidades menos favorecidas, professores de diversas áreas, cantores de rap (um deles advogado), todos se unindo por um só propósito, muita saúde. Gostei de trazer a galera do hip hop para o meio do jiu-jitsu e quero levar a galera da luta para os eventos de rap. Acho que são duas classes importantes unindo suas forças contra o preconceito. Tanto nas músicas quanto nas lutas, víamos cenas de muito respeito e disciplina, e não de brigas, drogas, ou som de protesto como costumam nos associar.

O cenário Jiu-Jitsu permite esse contato com o Rap? Como rola essa interação?

Organizo eventos de jiu-jitsu há alguns anos, e sempre tive o sonho dessa interação por amar o esporte e ser fã de Rap. Acho que tem tudo a ver, ainda mais o rap de improviso ou freestyle como é mais conhecido. As duas áreas têm uma identidade muito grande. No sábado presenciamos um treino de jiu-jitsu e um freestyle com os Mcs Akira, Aori e Dropê com o suporte do DJ Babão. O que pode servir de treinamento para uma competição de jiu-jitsu ou uma batalha de mc´s. Esses dois torneios são muitos parecidos. As batalhas (combates) são mano-a-mano na hora, muita garra e determinação é envolvida (tanto na disputa de rimas, como na disputa de posições e finalizações), é claro a inteligência sempre sobre-sai. Requer muito estudo, treinamento e estratégia durante as disputas. Rola uma adrenalina bem saudável durante uma confraternização e espírito esportivo no final dos combates.

Analisando tudo isso, resolvi inovar e inserir o Rap de improviso dentro da minha academia num dia que a academia estivesse bem cheia. O Resultado foi que todos adoraram os mc´s que levantaram cerca de 80 lutadores que aguardavam suas lutas, quebrando o gelo ou qualquer sentimento de rivalidade. Podem ter certeza que a próxima competição grande que eu organizar, todos serão presenteados com shows de freestyle, e as batalha de mc´s apresentando os lutadores com rimas improvisadas e bases de hip-hop.

Analise o evento e a interação?

A realização de um projeto antigo numa proposta de integração social totalmente comprida, com o início de novas parcerias como a Local e a Brutal Crew que dividem o público do surf, skate, hip hop e migram agora para o jiu-jitsu. Muita alegria em ver meus alunos (mesmo os não competidores) mostrando muita disciplina, garra e dedicação perante as pessoas de fora e realmente ver a minha casa cheia e a minha família (Abi-Rihan Jiu-Jitsu) do jiu-jitsu felizes, isso não teve preço.

Obs das lutas:


Entre os destaques, na faixa marrom Fabrício Pantera (Alan) venceu Pedro Leite (Abi-Rihan) por 5 a 0, numa das melhores lutas. Rafael Tuche (Abi-Rihan) venceu Matheus Videira dando um show de passagens e raspagens. Marcelo Caveira (Abi-Rihan) venceu dois combates com finalização no braço, em menos de dois minutos.

Na faixa roxa, Cristiano Melo (Abi-Rihan), apesar de já ser master, venceu de adulto. Na azul, Breno Abad (Alan), com apenas 14 anos, conseguiu a vitória com uma raspagem a 10 segundos do fim. Pedro Henrique "Pião" (Abi-Rihan) finalizou duas lutas e sobrou na azul.

Colaboração, fotos e texto: Pedro Monteiro.